sábado, 8 de maio de 2010

O Grande Sopro

Amar não é sofrer sem causa
É invadir as artes do sentimento
É entregar-se aos obstáculos do não
Louvar tudo o que lhe faz mal
Querer que lhe doa a ferida
Amarrar-se na frente de um trem
Se amordaçar e roubar os próprios bens
Manifestar sem pudor um momento
Se iludir em um sorriso alheio
Desembaraçar-se em nós desatáveis
Morrer tendo vontade de viver
É enlouquecer de saudade
E soprar o sopro do choro!

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Sofrimento

Estou com vontade de te ver
Sentir os teus lábios nos meus
Sentir o teu corpo
E sofrer
Pois não posso te possuir
E você não me quer

Quando te vejo
Sinto um ardente desejo
De poder te abraçar
E te sentir queimar
no nosso amor
Sentir aquele grande ardor
de paixão

Tento me aproximar de você
Tento chamar a tua atenção
Mas sem conclusão
Na hora eu desisto
Não persisto

Eu vivo sofrendo
Não crendo
Que você virá pra mim
E quando será o fim?
Desse amor sem conclusão
E o meu coração?
Será que aguentará?

Tanto sofrer
Tanta angustia
E na verdade
Eu nem te conheço
direito
Nunca nos falamos
Só sei que você é linda
E que não me quer!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Indescritível

Ele é o maior dos gestos
Além de tudo e de todos
O mais esquecido da Terra
Precursor de todas as coisas
De moderno o faz demodê
Nossas gerações não o aclamam
Poderoso, tu és invencível
Morto nunca serás
És encontrado em periferias
Adormece em viadutos
Cuidas dos mais pobres
Engraçando os humildes
Enganado pelos mundanos
Revogado pelos ricos
Não fazes nada, orgulho!
Só espia a tua presença
Amor.
O triunfo imortal!

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Plantas

Como seiva,
Você escorre de mim
Do pranto,
A agonia me deforma
O algo se transforma em inexato
Me inconformão ao ver o horizonte
Encanto das Plantas
As flores exalam o viver
As cores
Ultrapassam a consciência
E escala o eterno,
Longe de algo desejoso
Amoroso e infinito.

Abstração

Confusões invadem minha mente
Incessantes, inquietos, eternos
Renova a minha eterna esperança
Convoca o velho
O novo o aprende
Considera o antigo provérbio
Controla as revoluções
Incomodado por marés
Evolui ao extremo
Os dois se entrelaçam
Não encontram os mesmos
A aliança se fortalesse
E rumores o destroe
Envolve, acolhe, Ergue-se
Perde-o, encontra
Desce, cai, mais e mais
Corrompe-se para sofrer
E sofre até morrer
Querendo algo profundo
Mas, nada além de agonias
Prantos
E, solidão!